Cada vez que me deparo com alguma reportagem jornalística sobre o Templo de Angkor, no Camboja, tenho a certeza de que não posso morrer sem tê-lo visitado, o mesmo sentimento em relação ao palácio Taj Mahal, na Índia .
Além da arquitetura das construções em pedra, o templo esta cercado por vegetação nativa, recoberto por plantas de crescimento livre, sem tratamentos paisagísticos que tornariam um pouco artificial esse patrimônio mundial de arquitetura e mística.
Mas, o mais admirável é a situação peculiar em que se encontra o templo em relação à importância turística, sem lojinhas oficiais em seu entorno vendendo comidas ou suvenires, que tornariam artificial um ícone da espiritualidade em sua forma arquitetônica e considerado a oitava maravilha do mundo. Além da vegetação, o templo esta habitado por inúmeros babuínos, primatas que são inimigos naturais do homem. Inimigos do homem e protetores do Templo de Angkor.
Como contraponto, temos aqui em São Paulo, capital, o maravilhoso e valioso Monumento às Bandeiras, de autoria de Victor Brecheret, escultor modernista que viveu entre 1894 e 1995. O monumento foi idealizado em 1921 e inaugurado em 1953. Em pedra, é também um dos monumentos mais bonitos que eu conheço incluindo aí a pequena parte do mundo que eu já tive oportunidade de visitar. À noite, iluminado, é uma visão emocionante, principalmente para os que conhecem sua simbologia.
Mas, diferente do Templo de Angkor, ele não conta com babuínos para protegê-lo da destruição em curso causada pelos seres humanos que trepam nele todos os dias para divertir-se. Devem urinar lá em cima e deixar lixo, provavelmente. Essa destruição, invisível para quem passa ao largo, será constatada em sua gravidade daqui a cem anos ou menos, quando faltarem pedaços importantes da obra. Quando as autoridades tomarão atitudes eficazes e definitivas para impedir que pessoas subam nele? Em nenhum país que tenha consciência do valor de seu patrimônio histórico isso ocorre ou ocorrerá. O que estarão esperando? Jornalistas já escreveram sobre isso há muito tempo e a situação se repete semana após semana.
Minha sugestão é um fosso em torno do monumento e já que não temos os perigosos babuínos, sugiro piranhas, espécie bem brasileira!
Quem puder e tiver como fazer algo, faça pelo bem de nosso patrimônio histórico e artístico.
Obrigada pela visita! MEPR
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