Terça-feira, véspera de feriado sem graça, no meio da semana, 16h00. Saio da esquina da avenida Paulista com a Rua Augusta e caio num verdadeiro mar, com peixes metálicos de todas as cores e tamanhos e olhos vermelhos e brancos, em cardumes que vão e vem, por cima, à direita e à esquerda.
Entro no túnel sob a Paulista onde se inicia a avenida Rebouças e me deparo com o pior: a via está totalmente paralisada. Os minutos vão passando e quinze minutos depois estou no mesmíssimo lugar, nem um mísero metro à frente. A vontade é deixar o veículo e seguir à pé, mas seria uma atitude insensata com meu bolso e com os outros motoristas.
Ligo o rádio, escolho a Rádio Trânsito e logo fico sabendo: passeata na Paulista.
Correio em greve, bancos em greve, passeata na Paulista e o horário do dentista da filha perdido. Quatro e quinze, quatro e meia, quatro e quarenta e cinco. Havia andado duas quadras! Inacreditável! Insano! Perdemos a hora do dentista e da aula de violão. É desanimador.
Boa semana e obrigada pela
visita! MEPR
Entro no túnel sob a Paulista onde se inicia a avenida Rebouças e me deparo com o pior: a via está totalmente paralisada. Os minutos vão passando e quinze minutos depois estou no mesmíssimo lugar, nem um mísero metro à frente. A vontade é deixar o veículo e seguir à pé, mas seria uma atitude insensata com meu bolso e com os outros motoristas.
Ligo o rádio, escolho a Rádio Trânsito e logo fico sabendo: passeata na Paulista.
Correio em greve, bancos em greve, passeata na Paulista e o horário do dentista da filha perdido. Quatro e quinze, quatro e meia, quatro e quarenta e cinco. Havia andado duas quadras! Inacreditável! Insano! Perdemos a hora do dentista e da aula de violão. É desanimador.
Mas, eu não culpo o prefeito atual, porque não é culpa dele. Não é culpa do CET nem da classe trabalhadora que está na Paulista a protestar. Muito menos culpa nossa, os motoristas classe média sem helicóptero, que insistem em dirigir pela cidade ao invés de super-hiper-lotar os transportes públicos.
A culpa é de quem decidiu na década de 1930, que São Paulo seria uma cidade sobre pneus. É culpa de quem se deixou levar pela conversa de Henry Ford. Ou seja, o problema é antigo demais e só há uma maneira de resolver: quilômetros e quilômetros de metrô.
Mas subterrâneo, por favor!
Boa semana e obrigada pela
visita! MEPR
Gostei das tuas observações, precisas e consistentes, com clareza e determinação descreve sobre o dia a dia desta cidade que só privilegia a máquina. Sim desde os anos 30.
ResponderExcluirFaço aqui um apelo a consciência humana, aos nossos políticos em cargos executivos ou não, Vamos todos privilegiar a população, para que tantas pistas? Vamos começar pela Paulista, duas faixas serão reservadas uma será ciclo via e a outra transformada em área permeável coberta por lindos jardins.