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Edifícios de São Paulo e suas garagens

Ontem tive a oportunidade de visitar um edifício vizinho a outro em construção em Pinheiros e pude fotografar o local da obra visto de aproximadamente 10 andares acima. A construtora apenas começou a execução das fundações, mas foram encontradas enormes rochas no subsolo e que estão sendo demolidas para dar lugar aos 03 subsolos que comporão as garagens para veículos. 
As fotos mostram a interferência ecológica que esse tipo de obra promove, ou seja, em tempos de proteção ao meio ambiente, as rochas parecem não ter importância como elementos da natureza. Não entendo de fundações  e tenho certeza de que os competentes engenheiros paulistanos sabem o que fazem (tenho certeza de que a tragédia da cratera da obra da Estação Pinheiros do Metrô não foi provocada por erro de engenharia), mas é um pouco assustador imaginar que uma rocha daquelas dimensões e que esteve lá por milhares de anos possa ser demolida totalmente sem nenhuma conseqüência para o meio natural. Gostaria que algum esperto no assunto nos falasse sobre esse impacto no subsolo da cidade. 

Tudo o que se vê na cor cinza é rocha; o que se vê na cor terra é também área de rocha, mas encoberta com terra para que esta contenha o impacto das explosões que serão efetuadas para auxiliar na quebra das rochas. Segundo um cidadão que tem acompanhado visualmente a obra, toda a área que se vê cercada por paredes de concreto contém enormes rochas. Infelizmente, nossa cultura de engenharia civil sequer cogita deixar-se parte da rocha compondo os futuros ambientes das garagens, aproveitando-se da plástica que esse belo elemento da natureza pode dar ao espaço. Capacidade para realizar obras diferentes temos, mas infelizmente quem manda é o automóvel, como se ele tivesse vida. As garagens precisam ter o maior número de vagas possível, então deixa-se a arte e a arquitetura para trás.

Para melhor ilustrar o que digo anexo foto do Metrô da Suécia onde as rochas escavadas para construção de túneis foram em parte mantidas e pintadas, criando espaços lúdicos e agradáveis aos usuários desse transporte urbano.  

As fotos recebi via Internet e desconheço autor para poder citá-lo devidamente. A cidade sueca onde está essa linha de Metrô também não foi informada, infelizmente. 

Até a próxima! MEPR











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