Pular para o conteúdo principal

Faça o que eu digo, não faça o que eu faço

Senhores, é com pesar que lhes comunico a morte de mais um ser vivo de grande importância para a comunidade que reside próxima à nova futura estação do Metrô, Estação Fradique Coutinho: o belo exemplar de Jacarandá-mimoso que viveu por décadas na esquina entre as ruas Fradique Coutinho e rua dos Pinheiros, no bairro de Pinheiros, São Paulo.

Padeceu sob Cia do Metrô, foi cruxificado, morto e sepultado pelos funcionários do Consórcio Via Amarela.


Quando quiser matar uma árvore, faça como os funcionários do Metrô: pregue-lhe cravos, ou seja, pregos. Não tardará muito. Os pregos serviam para comunicações internas como "use capacete" ou "somente trânsito de pedestres", etc.


Nossa linda árvore florescia todos os anos, substituindo todas as suas folhas por flores cor lilás, que caiam e formavam um tapete sobre a calçada e o asfalto. Sua altura passava de 10 metros e sua copa devia ter pelo menos 5 metros de diâmetro. Hoje, seus restos jazem sob ocimento que lhe foi derramado como golpe de misericórdia.

A razão de relatar este fato é que não me conformo com a dúbia postura de um poder público que através de sua Secretaria do Verde e Meio Ambiente protege nosso patrimônio vegetal, por sorte, mas ao mesmo tempo não acompanha o Relatório Eia-Rima preparado pela Cia do Metrô, muitos anos antes do início das obras, para mitigar o impacto urbano provocado pela implantação dessa nova linha. A preocupação era provocar mínimas desapropriações, poluição sonora e incômodos à população residente na área afetada. São Paulo é conhecida pelo pouco verde, mas apesar disso, perdemos mais um exemplar.


Não se pode e não se deve cortar árvores, mas se um morador comum o fizer, a multa ao infrator é de R$ 10.000,00 por árvore cortada. Justo!
Metrô corta árvores e nada acontece. Injusto!


fonte imagens restantes: Maria Elizabet Paez Rodriguez
As fotos acima mostram o espécime quando parou de florir, com os pregos em seu tronco e sua raízes cimentadas. Infelizmente não consegui fotos anteriores, quando das floradas, mas junto uma foto outro exemplar de sua espécie, para que apreciem sua beleza.

Cheguei a fazer uma denúncia do caso ano passado ao vereador José Police Neto, numa das apresentações da revisão do Plano Diretor Estratégico para São Paulo, que me prometeu averiguação pro-ativa, o que não ocorreu até agora. Senhor vereador, estamos aguardando pela remissão dos pecados!

Obrigada por sua visita!

MEPR

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A cidades dos shoppings centers não tem parques

Excelentíssimo senhor prefeito do Município de São Paulo, Nós, cidadãos desta metrópole, pedimos encarecidamente que se construam parques na cidade de São Paulo. Temos índices baixíssimos de área verde por habitante; temos enchentes demais e agora, temperaturas mais altas que nossa lembrança pode alcançar.  Exceto em algumas "áreas nobres", temos poucas árvores ao longo de nossas avenidas que nos proporcionem sombreamento ao caminhar.  Ora por favor, não precisamos de mais shoppings, homogeneizados em seu conteúdo, sempre   com as mesmas lojas, maçantes, onde uma vez dentro não se tem notícia do que ocorre lá fora, se chove ou faz sol. Sessenta e três shoppings já é uma quantidade suficiente para o pouco dinheiro que temos para gastar.  Queremos mais parques, grandes ou pequenos, distribuídos pela mancha urbana onde for possível, para que os já existentes não se pareçam com shoppings, de tão lotados aos fins de semana. Queremos que o "ir ao parque" n...

O Templo de Angkor e o Monumento às Bandeiras

   Cada vez que me deparo com alguma reportagem jornalística sobre o Templo de Angkor, no Camboja, tenho a certeza de que não posso morrer sem tê-lo visitado, o mesmo sentimento em relação ao palácio Taj Mahal, na Índia .   Além da arquitetura das construções em pedra, o templo esta cercado por vegetação nativa, recoberto por plantas de crescimento livre, sem tratamentos paisagísticos que tornariam um pouco artificial esse patrimônio mundial de arquitetura e mística.    Mas, o mais admirável é a situação peculiar em que se encontra o templo em relação à importância turística, sem lojinhas oficiais em seu entorno vendendo comidas ou suvenires, que tornariam artificial um ícone da espiritualidade em sua forma arquitetônica e considerado a oitava maravilha do mundo.   Além da vegetação, o templo esta habitado por inúmeros babuínos, primatas que são inimigos naturais do homem. Inimigos do homem e protetores do Templo de Angkor.    Como cont...
O ser cidadão Ser cidadão se parece mais com ter direitos que ter obrigações. Longe disso, ser cidadão é ser civilizado, respeitar o espaço do outro e depois disso, exigir o cumprimento de nossos direitos. Como diziam antigamente, lá no século 20, cumprir com a obrigação primeiro.  Infelizmente, não é o que se vê nas ruas das metrópoles brasileiras neste século, o 21, aquele que seria melhor em todos os sentidos, futurista; sim, temos tecnologia ao alcance de muitos mais do que ocorria no século 20, quando a maioria não tinha telefone fixo em casa e usava nossos vanguardistas orelhões.  Hoje, o brasileiro tem voz, mas perdeu a educação: não cumprimenta o vizinho no elevador porque "não o conhece"; não levanta para um senhor idoso no Metrô porque "já existem assentos reservados" - para quem? para as mocinhas cansadas.  Sim, são elas as donas dos assentos reservados; alguns mocinhos também, mas as mocinhas ganham, pois são também as que mais frequent...